segunda-feira, 5 de abril de 2010

Poeticagem:// Poesia Cênica - Roteiros (in) versos

Hoje faz um mês que eu coloquei meu blog no ar. E há exatamente quatro anos atrás, eu folheava com muito entusiasmo a primeira tiragem do meu livreto de poemas. Poesia cênica - Roteiros (in)versos. Essa primeira edição foi produzida, não só em forma material, mas também financeiramente por meu antigo companheiro de Cataversos (grupo de performance poética do qual eu fazia parte) Alex Topini. Na época, e durante todo ano de 2006, era desse livreto que eu vivia. Vendia principalmente na porta do CCBB e em eventos relacionados a arte, como por exemplo a FLIP, que proporcionou um dos melhores momentos de minha vida, além do maior lucro em cima dos livretos feitos na base da xerox em papel reciclado. Dos poemas contidos no livreto, dois viraram letra de música da Transversal (minha banda). Aquela velha história sobre não saber quem sou, virou a visceral Pisando em ratos, e Previsão tornou-se a canção Mais um dia. Além do poema Onipresença que virou base para o curta mudo e preto e branco que dirigi, No vale da sombra da morte espero a ajuda de Deus. Pra comemorar vou postar aqui um dos nove poemas que compunham o livreto:

Trava-língua

O rei roeu o rabo do rato
preso por desacato
a falta de autoridade
que impera no reino.

O rato farto do descaso
imposto no decreto
por falta de escolha
entregou-se ao acaso.

E na espera do próximo ato
o rato descrente
na falta de aviso
enlouquece de fato.

O rei roeu o rabo do rato.


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